Reflexão que o Venerável Enrique Shaw escreveu após sua lua de mel

“O matrimônio é uma instituição em que cada cônjuge efetua sua entrada. Mas embora cada um tenha seus direitos, não são donos do matrimônio. Por isso, nenhum deles nem os dois juntos podem dissolvê-lo. Em meu caso, seguramente que minha mãe esteve em espírito presente em meu casamento, e rogou para que minha união com Cecília seja santa e Deus abençoe concedendo-nos uma numerosa família cristã. Porque as mães falecidas continuam, sem dúvida, na tarefa protetora de seus filhos, e suscitam circunstâncias favoráveis para eles. Cabe a nós, agora, a missão de proteger nossos filhos e netos, e de sermos santos para que eles também sejam santos. Deus nos garantirá nossa maior felicidade no Céu se cumprirmos seus mandamentos, e também nos ajudará a ser felizes aqui sobre a Terra no maior grau possível a nossa natureza humana: felicidade relativa, mas real. Isso é o que teremos, Cecília e eu em nossa casa.

E como mostraremos ao mundo que nos rodeia e a nossos filhos com olhos puros e bondosos, a Terra será bela para nós. Através do cristal da bondade e da pureza poderemos ver e valorizar tudo de bom e puro que existe na Criação. O Senhor não nos pede que nossa vida conjugal seja uma série de grandes triunfos, senão somente uma grande vitória: a de nosso amor afetuoso e constante. E devemos recordar que como muita gente nos observará para ver se realmente constituímos o protótipo do matrimônio católico, nosso dever é ser um exemplo que brilhe e seja muito melhor que os matrimônios formados por aqueles que não são cristãos.

Os elementos que constituem a grandeza do matrimônio (e que constituirão o nosso) não serão somente nossas perfeições, senão nossas imperfeições que determinarão que Cecília e eu tenhamos ocasião de demonstrarmos nosso amor, nossa paciência, nossa esperança e nossa alegria ao pensar em um futuro eterno unidos ambos com Deus. Não há dúvidas de que minha vida, para chegar em sua plenitude, necessitava da companhia de uma mulher, e não há dúvidas de que essa mulher, sem a qual agora não concebo minha existência, era, é e será Cecília”. (Do livro: “Venerável Enrique Shaw, o empresário de Deus”)

Enrique Shaw casou-se com Cecilia Bunge, a 23 de outubro de 1943; eles tiveram nove filhos e a vida familiar irradiava um clima de alegria ativa e acolhedora, que compartilhavam generosamente.

Tal como disse Enrique, assim ocorreu: dezoito anos depois de uma constante união e felicidade conjugal, amava Cecília com o mesmo grande amor que lhe demonstrou durante seu noivado e sua lua de mel.

Começava uma nova etapa da vida de Enrique, na qual teria a seu lado a companheira Cecília Bunge até o dia de sua morte, ocorrida em agosto de 1962. Nessa nova etapa logo se produziria uma fundamental mudança de rota para sua existência; transcorridos dois anos de seu casamento, deixaria a Marinha para converter-se em diretor de empresa. Mas em outubro de 1943, e durante os sucessivos meses, não pensava Enrique em seu futuro senão em sua presente felicidade; e, antes de ocorrer aquela mudança de rota, passou sua vida por um tempo de transição de 1943 até 1945, tempo no qual primeiramente se veria obrigado a permanecer em Ushuaia separado de Cecília durante cinco meses e, logo, nasceria seu primeiro filho (Jorge Enrique).